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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Às vezes a única forma de protesto que resta é com a própria vida?






Quem vai dar voz a este povo?

" A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? "

FONTE:

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay


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Pergunta feita por Najinha no sítio Yahoo!Respostas.

1ª Resposta,
Bill.

2ª Resposta, Shadow.

3ª Resposta,
oɥuızǝz
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Oi, Najinha!

CARAMBA!!!!

Coisas assim a grande mídia não divulga, por que será, heim?

Eu tenho sangue Guarany e creio que 90% da população brasileira, incluindo os mulatos e tirando fora apenas os de olhos claros (ainda assim, nem todos), também possuem sangue indígena.

Esses indígenas são brasileiros como todos nós, temos o mesmo sangue e os mesmos ancestrais.

Por que ninguém liga, então?

A mídia brasileira é vendida a traficantes, governos estrangeiros e grileiros, por isso a novela "Avenida Brasil" merece os holofotes, mas o povo indígena, nossos irmãos, não merece.

Isso precisa mudar.

É isso.

Bjs,

Graça e paz.

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Comentário Najinha



Povo simples não dá ibope, Bill! Os índios do Brasil ainda vivem de maneira bem simples... Sei que não são todos, muitos corromperam a cultura e deixaram a cultura do homem branco corrompê-los, mas ainda assim não justifica tal atitude.

Terra indígena é Reserva Legal do Patrimônio Nacional, não entendo como isto pode estar acontecendo, então... O terreno é brasileiro, mas a posse é indígena, pelo menos é isto que nossa Lei Máxima expõe.

Mas no Brasil, lei é no papel mesmo... Infelizmente.

:(
  

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Que coisa né Najinha, até onde chega o capital selvagem, isso é triste e lamentável. Acredito que vão dar uma solução para esse caso, assim espero e outras pessoas também.

Beijos entristecido com um despacho desses.

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Comentário Najinha


Eu também me entristeci, Shadow... E esta notícia não é isolada... A CNBB acompanha bem de perto isto que acontece com os índios no Brasil. então eu sempre fico sabendo de coisas assim. Este fato nem é isolado.

Triste mesmo! :(

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Infelizmente o Brasil não respeita a sua própria cultura, seu povo, e não existe uma lei a favor e que realmente respeite os povos indígenas. A tal globalização que deveria unir, está matando nossos povos e nossa cultura.

Bjos
 

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